terça-feira, 7 de outubro de 2008

Plural

Plural

Tanto texto, tantas formas.
Muitas casas, muitos cantos,
musicas, artes, sons diversos.
Formalidades e mais normas.
Palavras, frases e versos,
quinas escuras, prantos

Países, continentes, regiões e mundo,
girando girando, no firmamento circular.
Mudando fronteiras, afrontando, circular.
Rodopiando ligeira, vida fugaz.
Sempre alerta e vigilante, humanidade sagaz.

Pessoas, plantas, animais e fungos;
indiano, holandes, africano e brasileiro,
parecidos realmente, mas la no fundo
há uma desigualdade que nos rói por inteiro;
uma diferença comum ao mundo.

Posto que somos biologicamente indivíduos!
Como não percebeu ainda ser-humano convencido?
Indivisível é o que somos, quando vivos!
Mas querem os pensadores e os filósofos,
que seja o pensamento mais profundo que
um instinto cego ou uma repetição.
Cromossomos ridículos! formação neuronal insana!
racionalizar uns bilhões de anos passados,
por acaso, não é mais absurdo
que aceitar, ainda que estupefado,
que não somos mais que pedacinhos de mundo!?

sábado, 13 de setembro de 2008

eu li augusto dos anjos
eu li também baudelaire
também li a marie clair
ouvia tocarem os banjos

veja! também já vi
isto é, já fui bitolado
hoje assisto jornal contrariado
e escrevo versos tolos que não citam dalí

não creio mais no salvador
e nem mais nado na bahia
do meu rio, que um dia,
ja foi acolhedor

não apóio o desmatamento
me preocupo com o lado ambiental
mas admiro muito meu carro legal
e vou evitando aprofundamento

adiando o meu filho
em forma escrita.
algo me grita:
olha que psia no milho!

é o velho carnaval do salvador,
que tirou meu rio dali.
cavucando o leito eu vi
a draga, com seu poder sugador

e voltando ao ambiente,
que esse poema e pra dizer
num soneto, o imenso prazer
vivo que quem versa sente!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Não me sinto confortável pra ser feliz. Nesse planeta azul que um dia foi tranquilidade, hoje é anglo-saxã essa imensa azulidade. Se instalou a força bruta, motora da iniquidade, apoiando-se em homens-desumanos brotou, floriu e murchou a nova felicidade. Plástico duro de razão, duro metal de sonhos, invoco a força das sombras para o sentir dar vazão, vagando louco pelos cantos desse mundo cão. Quando secarem os rios, e depois morrerem os animais, e toda a terra enfim, segundo os religiosos ainda haverá parte de mim, de nós, a vagar pelo vazio-planeta, cheio de vermes que não têm mais consistência. Imagino nossa missão após o apocalipse, milhares de espiritos vivos a observar a indecencia! Para além desse eclipse, depois de tudo que é efêmero, nesse novo tempo que surgirá, somente almas sem rumos quedarão a observar a imensa estupidez insana que foi nossa existência!
Seis e meia da manha de um novo dia, do qual metade eu dormirei, com alegria...
Acho q não gosto de gente, será que se não fosse gente eu gostaria ? Só sei q sou humano mas me interesso mais por guano que por essa merda toda... Se eu durmo de manha é pra evitar conversar com outros semelhantes, mas nao lhes desejo o mal, somente quero que se foda! Me incomoda o fato de nao ser quem eu era antes... Hoje sou tão arrogante... Me considero menos humano que animal.
Como é difícil viver em termos, se fazer gritar e ser em termos, para no final termos! Temos tido tudo! Pra tudo termos, tivemos tanto trabalho pra agora termos o que temos. Temo eu esses termos, termos meus, seus termos, nossos termos. Quem nada teme nada teve; e dizem:-essa consciencia, não cabe termos! Ah sonho lindo esse de termos, repletos de termos! Somos os sonhos! Mas e agora que jorra o esgoto no jardim do édem? Seremos nós a materialização dos termos ? À merda com os termos! A árvore do conhecimento, proíbida por deus, há muito não dá frutos! Pois agora que jorra o esgoto no jardim do éden, o sol brilha mais forte! Forte como foste tu sólida árvore surrupiada do divino! Mas e agora? Se nem tu nos é permitido termos! Fomos uma vez puros, simples objetos pros termos de deus. Comemos, do seu banquete sacro,e pelo que vejo foi mais que uma maçã: um pai não expulsa os filho do paraíso que prometeu por tão pequeno pecado. Arracamos a árvore, assamos a serpente no fogo que ardia em antiquissimas sementes, e que agora está apagado! E dos infindáveis grãos que certamente la estavam, com todo brilho, alguém amassou o pão que agente comeu! Quem foi nos falar consolos enquanto estávamos no exílio ?